terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Eu, a anta!

Cheguei a conclusão que sou uma anta! Tal afirmativa não é depreciativa, não. É apenas uma constatação dos meus atos nos últimos dias.
Para não me alongar no discurso vamos aos fatos e vocês, ao final, concordarão comigo.
ANTICE 1 – EMBARQUE E DESEMBARQUE
Aqueles veteranos do diário sabem que minhas aventuras no Rio começam desde o momento do embarque, seja por perca de voo ou alteração “sem querer” na passagem e outras coisitas ..., pois bem desta vez o susto foi duplo:
O primeiro aconteceu em Belém, na hora de embarcar. Fui pegar a documentação das crianças, que ainda viajam com a apresentação da certidão, no entanto, já eram para ter a carteira de identidade há muito tempo, mas a mãe “anta” não foi providencia-la, com isso são papéis  e papéis ...Ao tirá-los da bolso, percebi que, na verdade, estava com as cópias e não encontrava os originais.
- Meu Deus do Céu!
-Que foi Pat? – meus tios perguntaram.
- Acho que esqueci os originais... Deixa perguntar para o funcionário ali.
Lá fui eu com maior cara de mané  falar com o tal funcionário da companhia aérea. Não sei se vocês repararam, mas toda anta quando faz uma “antice” fica com cara de mané.
- Moço, por gentileza, eu estou viajando para o Rio e gostaria de saber se posso apresentar como documento de identificação cópias de certidão dos meus fihos...? – sorriso amarelo de anta...:)
- Senhora, seus filhos são de menores e só podem viajar com a documentação original.
Desespero...
- Moço, eu acho que a original já viajou...
- Como assim , minha senhora?
- É que estamos nos mudando para o Rio e acho que fiz a besteira de mandar a documentação original pela estrada...
- E o pai das crianças?
- Também já viajou... – neste momento o desespero virou apelação, é o que as antas fazem depois do sorriso amarelo – Moço, por favor , eu preciso viajar com meus filhos, olhe eu sou a mãe deles , meu marido já está nos esperando , se eu não chegar com  essas crianças ele não vai gostar. Moço, veja o que o senhor pode fazer , eu falo com o juiz se for o caso...não divida nossa família...
-Calma, minha senhora, vou falar com meu superior.
Neste exato momento, voltei para a fila e comecei a fuçar a minha bolsa e outros envelopes de documentos que havia nele, até que dentro do envelope onde tinha meu diploma encontrei as originais! Ufa, da fila mesmo gritei para o funcionário:
- Moço, encontrei, encontrei! Não precisa dividir  a família...
A viagem foi tranquila, desembarque perfeito , reencontro com maridão, ida para casa dos sogros, vejo minha sogra. Abraços e beijinhos até que minha sogra pergunta por uma tia minha que ela gosta muito, digo;
-Ah, ela está bem , ela até lhe mandou uns bombons...Os bombons!? Cadê os bombons? Rodrigo do Céu , esqueci o saco?
 - Que saco , Patricia?
- O saco que tinha os bombons da tua mãe.
- Em Belém?
- Não, no aeroporto.
Quem conhece Rodrigo Montenaro, meu marido, sabe que ele é um poço seco da virtude da paciência, então deve imaginar a cara que ele fez , principalmente , quando disse que dentro desse saco também tinha uma pasta cheia de documentos!
- Que documentos, Patricia? Ele perguntou com uma cara ...
- Ah , nada de mais ... certidão de óbito da mamãe, da vovó, nossa certidão de união estável...
-O quê !!!??? ... a partir dai fica difícil escrever as “lindas palavras” que ouvi, mas fomos até o aeroporto e consegui recuperar a bagagem fazendo apenas a cara de anta com o sorriso amarelo, sem entrar no desespero ou apelação.
- Moça, desculpe, mas cheguei ainda pouco de Belém e esqueci de pegar uma de minhas bagagens .Na verdade é uma sacola de plástico, que eu esqueci porque não tenho hábito de despachar este tipo de bagagem mas como estava com muita coisa, sugeriram que eu despachasse e eu simplesmente apaguei da memória este volume.
Quando ela voltou do local onde possivelmente tinham as bagagens esquecidas , vi que além da minha , havia mais quatro volumes esquecidos. E fiquei tranquila, não seria a única anta naquela cidade...

ANTICE 2: Nada confirmado!
Esse negócio de documentação em papel, vou te contar, não combina com as antas. Domingo iria fazer um concurso para o estado e deveria apresentar o cartão de confirmação impresso  dias antes em Belém. Acontece que não me recordava onde havia guardado e o desespero começou. Não tinha como tirar uma segunda via e precisava saber o local da prova.
- Como você esquece , Patrícia? – Rodrigo perguntou
- Ah , eram muitas informações, muita coisa para fazer...
A coordenação do concurso iria fazer plantão no telefone a noite então foi um dia angustiante até esse horário e que nada adiantou pois só dava ocupado. Já estava dando como perdido, quando veio a ideia de olhar em outras partes da bolsa e,enfim, achá-lo....Ufa!Ufa!

ANTICE 3: Negócio Literalmente fechado
O terceiro dia de antice foi hoje. Muito simples, quase que um hábito. Fomos assinar o contrato de locação do apartamento e conforme fosse pegaríamos as chaves hoje.
Chegamos no cartório e a corretora perguntou se estávamos com a documentação toda. Quando disse que havia esquecido, a corretora me fulminou com os olhos, afinal ela tinha vindo lá de Niteroi só pra finalizar o contrato. Rapidamente , sorriso amarelo...
- Dona Lúcia, desculpa, mas  essas semanas foram tantas preocupações... uma mudança é uma mudança né...Pois é , minha cabeça ainda está confusa demais ...
E mais sorriso amarelo...
Até que ela viu que estava na frente de uma anta e  toda “anta” tem seu dia de perdão. Reorganizou para amanhã a minha assinatura  e tudo ficou bem até a próxima antice , é claro!

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